quinta-feira, 26 de março de 2009

I SIMPOSIO SOBRE DESENVOLVIMENTO URBANO LATINO-AMERICANO

Tema Central:
Teorias, Políticas e Culturas do Desenvolvimento Urbano na América Latina: propostas para uma cidade mais inclusiva e emancipadora.

Eixos Temáticos:
a) Teorias do Desenvolvimento Urbano.
b) Políticas para o Desenvolvimento urbano.
Tópicos para situar as comunicações de pesquisa e/ou relatos de experiência.·
Desenvolvimento Econômico·
Desenvolvimento Urbano·
Desenvolvimento Metropolitano·
Desenvolvimento Social e Político.
Data: 11,12 e13 de maio de 2009.
Local: Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Cidade: Natal, RN, Brasil.
Público-alvo: alunos de graduação, de pós-graduação, técnicos, e docentes em Ciências Econômicas e Sociais, Arquitetura e Urbanismo; Demografia; Geografia e áreas afins cujo interesse e a atividade profissional se relacionam com teorias e políticas para o desenvolvimento urbano.
Organização: Grupo de Estudos em Economia Política do Desenvolvimento – GEEPD e Observatório das Metrópoles – Núcleo RMNatal
Realização: Programas de Pós-Graduação em Economia da UFRN , Núcleo Avançado de Políticas Públicas da UFRN; Observatório das Metrópoles- Núcleo Natal , CCSA, CCHLA

Financiamento : MCT/CNPq/FINEP nº 05/2008 – ARC
Coordenador : Prof. Dr William Eufrásio Nunes Pereira
CHAMADAS PARA ARTIGOS - CALL FOR PAPERS
PRAZOS PARA ENVIO DOS TRABALHOS Até 20 de abril de 2009
RESULTADOS
30 de abril de 2009
INCRIÇÕESDe 01 de abril a 11 de maio de 2009
EVENTO11, 12 e 13 de maio de 2009.
MAIS INFORMAÇÃO:COORDENAÇÃO DO SIMPÓSIO SOBRE DESENVOLVIMENTO URBANO
e-mail:coorsidula@ccsa.ufrn.br

CAMINHÃO LOTADO DE JAPONESES 2

Muitas vezes a visão ocidental generaliza fenômenos que não são inteiramente idênticos. Muitas vezes nivelamos por baixo sem ver os detalhes que dão a diferença. Diversos profissionais, em especial os jornalistas, talvez devido à falta de conhecimento em economia, e em outras áreas do conhecimento, homogeneízam fenômenos um tanto dispares. Não se pode comparar PSDB e PT, mostrando-lhes apenas as similitudes. É preciso também ver as diferenças. O artigo de Miranda de Sá, ilustre jornalista, necessita de algumas modificações que permitam melhor comparar os governos do PSDB e do PT. Afinal nem sempre todos os caminhões contém japoneses, existem os chineses, coreanos, vietnamitas entre outros, que detestam serem confundidos com japoneses. Este fato ocorre devido nosso desconhecimento sobre essas sociedades.
Falar que mudou para pior, exige que se diga o que mudou. Embora o modelo adotado pelo PT seja semelhante, não é igual. Por exemplo: o governo do PSDB insistia em dívida pública indexada pelo dólar. Para os que desconhecem de economia, esse fato aumenta a vulnerabilidade da economia para com as crises externas. O PT reduziu drasticamente. Os críticos dirão: “mas reduziu pagando”. Ora, em momento algum o PT disse que não pagaria. A carta ao povo brasileiro foi bem clara. Quem não leu ou não quis ler, e acreditou em mudanças radicais, enganou a si mesmo. Quando a variável desemprego, é bom que se olhem os dados do IBGE sobre essa variável nos últimos doze anos. Um estudante de economia, estatística ou leitor atento percebera uma redução e mudança no fenômeno desemprego.
Talvez o nobre jornalista esteja profetizando a reeleição de Lula, mas o PT vem governando apenas a três anos e oito meses e não quatro anos e quatro meses como mencionou. Quanto ao crescimento econômico é preciso ver que na media, embora com uma diferença pequena, a taxa do governo Lula é maior que a do PSDB. Quanto ao declínio da desigualdade sócio-econômica concordo parcialmente com o jornalista. Diminuiu à custa da classe média, mas no governo anterior, os recursos da classe média iam para elite, ou seja, se é para “saquear” a classe média, da qual faço parte, que seja pelo menos parte para os pobres e miseráveis, e não somente para a elite. Pensando bem, o fato de diminuir o número de miseráveis, também beneficia em parte a classe média, afinal são esses miseráveis que compram no bar, na mercearia, no armarinho, consomem um pouco mais, ampliando as vendas dos pequenos e médios empresários.
Quanto ao fato da corrupção está explodindo. Isso é muito bom. Ruim seria se não se estivesse prendendo ninguém. Ruim seria se ninguém soubesse de nada. Se a mídia não falasse de roubo e corrupção. A emersão da corrupção é um sinal claro de que o pais esta melhorando. Só falta agora os corruptos ficarem presos. Mas pelo menos me alegro em ver que não é apenas o ladrão de galinha que usa as belas pulseiras da Policia Federal. Rezo para que fiquem atrás das grades, mas sei que ainda não avançamos a esse ponto. Mas demos um passo a mais. Imagine o eleitor, se nos anos 1980, um deputado, um juiz, um promotor ou um militar de alta patente seria algemado e preso.
Não se pode atribuir ao governo do PT e ao presidente da República o fato da cidadania ser refém do crime organizado. Podemos sim, criticar e apontar as falhas, as incompetências, sugerir mudanças. Mas culpá-los pelo contexto atual é uma falta de conhecimento em história, política e economia. Talvez fosse interessante ler Maquiavel, mas para quem leu Sêneca, não ter lido Maquiavel, é impressionante. O atual contexto é resultado: de décadas da falta de compromisso sócio-econômico das elites empresariais e dos governos com os pobres; do subalternismo da nossa classe média, que anseia em subir e para isso cai aos pés da elite. Acabar com a corrupção é um sonho, que creio, nem Deus consegue realizar, se não extinguir a raça humana. Porém creio piamente, que lentamente podemos avançar na democracia, na economia, em todas as dimensões da vida humana, mas sempre de forma lenta e gradual, desde que a sociedade civil organizada, principalmente os trabalhadores ocupem os espaços ocupados pela elite, seja no judiciário, no congresso e no executivo. Tarefa árdua, mas possível.

Alerta Brasil! Cuidado com os Saudosista do período militar

Recentemente um General do Exercito Brasileiro manifestou suas posições frente ao cenário político, demonstrando “receio” no destino do Brasil, caso Lula seja reeleito. Demonstrou receio na possível implementação de uma Assembléia Constituinte para uma reforma política no País, vinculando a mesma a posições ditatórias ou totalitárias do atual governo. Criticou a criação de ministérios e nomeação de “companheiros”, alguns sem mérito, e o apoio “oficial” a violentas e criminosas ações dos movimentos sociais. Vaticinou a “desgraça” na vitória do atual governo e o a violência no caso de derrota, no intuito de “prejudicar” o eleito. Como bom militar e estrategista, conhecedor d’A ARTE DA GUERRA de Sun Tzu, defendeu o ataque como melhor defesa de suas idéias, ou negar o direito ao contraditório ao dizer “Que não venham os hipócritas ou imbecis, por conveniência ou ignorância, deixar de enxergar, considerando assombração ou medo de fantasmas, o cenário que trago à baila,...”.
Uma assembléia constituinte, em si, não é necessariamente boa ou ruim, depende de quem participa, como que intenção e em que contexto é realizada. O receio do General, no caso da reeleição do governo atual é infundado. Lembra um empresário que preconizava a saída de 800 mil empresários do Brasil, caso o metalúrgico ganhasse a eleição. Lula ganhou, não saiu nenhum empresário do País. Agora, o General profetiza a Desgraça ou a Violência. Uma oráculo de Delfos seria tão pessimista.
O artigo do General, em conjunto com algumas noticias publicadas pela mídia recentemente, falando sobre o “maior mar de lama da história do Brasil”, me faz lembrar o período pré-suicídio de Getulio Vargas, no qual o conflito de classe – perdoem o uso desse conceito “comunista” – se agravava. Lembra também a década de 1960, quando o medo dos “comunistas” favoreceu um golpe militar. Nesses dois períodos também se falava em mar de lama, em corrupção, em crise de valores, crise de ética, etc. No primeiro, o suicídio de Vargas criou uma comoção nacional afastando o golpe de direita que se orquestrava. Duvido que Lula tenha a coragem de Getúlio. No segundo, deu no que deu. E todos os brasileiros com mais de 30 anos se lembram bem. Para os mais jovens indico os livros sobre o regime militar brasileiro do jornalista Elio Gaspari. Devo ressalvar que aqueles que atribuem o maior mar de lama da história ao governo Lula, devem ter lido muito pouco de história e ter uma memória muito falha.
Gostaria de ressaltar que criar e extiguir ministério são comuns aos governos brasileiros. Não é de hoje essa prática. E nomear “companheiros” também não é novidade. Vejamos a prática de nepotismo no judiciário, nas assembléias etc. Mas o país está mudando. Aos poucos, mas esta mudando. Basta pensar, caso estivesse escrito esse artigo em 1971, possivelmente eu já estaria preso e pendurando em um pau de arara, ou quem sabe “comendo capim pela raiz”. Recentemente a Escola Superior de Guerra convidou o “companheiro” Stedile para uma palestra. Sinais de democracia e liberdade, ou estratégias utilizadas para se conhecer o inimigo, para poder combatê-lo, já nos ensinava Sun Tzu. Alguns saudosistas, ainda utilizam o cargo, a patente, o grito ou a pseudo-autoridade para impor suas idéias e vontades. Mas essa estratégia não funciona para todos os brasileiros.
O governo Lula, a quem tenho críticas e discordâncias profundas, representa um avanço significativo em relação aos governos anteriores. O governo anterior multiplicou a divida interna por 12, elevou os juros a extratosfera, privatizou empresas recebendo títulos da divida pública pelo valor de face (moeda podre), enxugou o emprego público ao máximo, doou 20 bilhões aos bancos, impediu CPIs, gerou desemprego em massa, aprovou uma reeleição altamente discutida, e os militares e as classes dominantes nada reclamaram.
O atual governo ampliou a esmola que o anterior distribuía, de dois para nove milhões de famílias. É uma esmola, mas agora é para cinco vezes o número de pessoas atendidas pelo governo anterior. Diminuiu a população abaixo da linha de miséria, reduziu a divida pública indexada ao dólar, que gerava instabilidade econômica. Ampliou as vagas nas universidades públicas, através de novas universidades e novos campus. Realizou concursos públicos em quantidade significativa, embora ainda não reponha quadros necessários e reduzidos pelo governo anterior. Através da CGU vem realizando um trabalho eficiente. O governo Lula implodiu a ALCA, reduziu os juros SELIC, mantém o risco-Brasil a níveis nunca anteriormente alcançados. Nunca em nenhum governo anterior, a polícia federal prendeu tanto políticos, empresários, juizes, etc,. A não ser no regime militar, mas naquele tempo, boa parte era apenas “comunista” ou “subversivo” ou nem sabia o que era isso, simplesmente estava no lugar errado, na hora errada.
O governo Lula não satisfez aqueles que acreditavam que ocorreria uma “revolução” no país, aqueles que não leram a carta a sociedade brasileira publicada antes das eleições, e a elite que há quinhentos anos mantém o controle sobre os trabalhadores, sobre o povo. Os antigos senhores de engenhos, foram coronéis, e ainda permanecem na figura de políticos, militares, juizes, empresários.
Para finalizar, devo dizer que respeito aqueles que pensam diferente de mim. Não os acho imbecis, nem hipócritas. Pensam diferente por compromissos econômicos, políticos, culturais, religiosos ou ideológicos. Democracia se constrói com respeito, honestidade, ética, com debates e respeito as posições contrárias, e não com acintes, menosprezo ou vaticínios terroristas. E devo confessar que tenho medo de assombração e de fantasmas sim. Somente sente saudades do regime militar brasileiro, os militares de alta patente, os grandes empresários. Por que os cidadãos civis viviam em clima de terror. Afinal a corda sempre arrebenta do lado mais fraco. Sempre foi o povo, o trabalhador, o cidadão que padeceu e padece sobe as ditaduras sejam elas de esquerda, de direita ou de centro. Na guerra ou na guerrilha, são os soldados que morrem no front, enquanto os comandantes ficam nos cartéis a dar ordens, e a serem servidos por aqueles que vão morrer. Como diria os gladiadores, “os que vão morrer saúdam o Grande César”.
A democracia no Brasil não é, nunca foi, e dificilmente será, realmente uma democracia. Mas mesmo assim, é muito melhor que os regimes militares. Ainda manda quem pode e obedece quem tem juízo. Talvez, essa minha posição leve aos meus opositores me denominarem de comunistas, subversivos ou na melhor hipótese petista. Mas como vivemos em uma “democracia” sei que não irei para o pau de arara, ou preso pelas minhas palavras.

O Perigo que ronda a democracia – uma outra visão

Não sou sociólogo, nem do MST e nem tenho a “missão” ou autorização desses profissionais ou MST para responder pelos mesmos. Mas ao ler o artigo “O perigo que ronda a democracia” do engenheiro e empresário Adauto Medeiros, publicado no dia 26 de abril, me senti tentando a um debate. Inicialmente parafraseando o personagem do falecido Francisco Milane, da escolinha do professor Raimundo, devo dizer ao engenheiro que “há controvérsias”. Mas como possivelmente diria Jack, o Estripador, “vamos por partes”.
O primeiro ponto. O MST não foi apelidado de movimento social pelos sociólogos. O MST se inclui na categoria de movimento social por apresentar características inerentes e próprias ao conceito. Não foi “apelidado”, mas denominado como movimento social por inúmeros estudiosos, e não somente pelos sociólogos. A ironia do “muito culto”, utilizado pelo empresário, não se aplica aos sociólogos. Quanto ao fato do PODER se constituir no objetivo do movimento, devo informar que tal objetivo é comum, não somente à parte do movimento social, mas muito mais aos partidos políticos, aos parlamentares e a uma elite conservadora, que não aceitam dividir, nem perder um centímetro do espaço do poder. Vejam a encarniçada luta pelo poder que se trava entre PSDB-PFL e PT, ou mesmo as lutas fratricidas internas nesses partidos. Não se trata de conflito pela moralidade, pela dignidade, pelo bem público e pelas melhorias das condições de vida do povo. Trata-se de uma luta pelo poder.
O Segundo ponto. As massas desempregadas são utilizadas também pelo empresariado, pelos lideres religiosos e pelos políticos das diversas matizes com objetivos nem sempre claros, nem sempre dignos. Quanto ao financiamento ocorrer com dinheiro do contribuinte, devemos lembrar que são os trabalhadores, dentre eles, os que também fazem parte do MST, que pagam impostos no Brasil. Creio ser desnecessário lembrar que a estrutura tributária brasileira é regressiva e em sua maior parte, via impostos indiretos, ou seja, recaem prioritariamente sobre o consumo e sobre a classe trabalhadora. Os mais pobres pagam relativamente mais, do que os ricos. Além disso, também é desnecessário lembrar que empresário repassa os impostos cobrados dos trabalhadores ao governo. O trabalhador compra um produto, no qual já vem embutido os impostos que o empresário repassa - alguns nem repassam - ao governo. O trabalhador normalmente é taxado na fonte, não pode nem sonegar o imposto. Individualmente o empresário paga relativamente menos do que o trabalhador.Terceiro ponto. Falar de invasão é complicado. O MST fala de ocupação. Afinal quem é o invasor. Não seria o homem branco, que invadiu a terra de Vera Cruz e dizimou os nativos que aqui se encontravam há séculos? A lei de terras no Brasil passou a vigorar em 1850, ou seja, só se comprou e vendeu terras a partir dessa data. Antes, foram as sesmarias, que se transformaram em ocupação realizadas pelos desbravadores e apropriadas por coronéis que se transformaram, em alguns casos, em empresários e políticos, que ainda resguardam seus currais. Talvez os Engenheiros não saibam desses fatos, por que no curso de engenharia se estuda muito pouco de historia, sociologia, filosofia etc.
Quarto ponto. Falar que essa “gente” é mantida pela sociedade, mostra um viés preconceituoso e discriminatório. Afinal essa “gente” também não faz parte da sociedade? Trabalhador desempregado é gente, mas não faz parte da sociedade? Só é sociedade os empresários, os políticos e os ricos?
Quinto ponto. Não são vítimas? Ora, caso se conceda aqueles trabalhadores condições de vida dignas, será que ficariam no movimento? Lembro uma ex-sem terra, que apareceu em uma novela global, tirou a roupa para uma revista masculina, ganhou dinheiro e se tornou “estrela” da TV. Pergunta-se, por acaso ela continua ocupando – ou invadindo – terras? Evidentemente, ninguém pagaria nada ou muito pouco para ver Zé Rainha pelado. Ninguém ocupa terra por diversão ou por brincadeira. Ninguém gosta de correr o risco de ser assassinado. Mas seriam os trabalhadores do MST perigosos facínoras? Quantos latifundiários têm sido assassinados no conflito agrário brasileiro por ano? E quantos latifundiários morreram em Eldorado dos Carajás? Devem ter sido muitos, embora não me lembre de nenhum. E quantos trabalhadores, sejam do MST ou simples trabalhadores – freira e padre contam também - morreram no conflito agrário? É preciso citar os nomes? Vejamos, Margarida Maria Alves, Pe. Josimo, Chico Mendes, os 19 mortos em Eldorado, a freira norte-americana ou os diversos sindicalistas rurais. Já são milhares de mortos desde os anos 1970. Mas poderemos pensar assim: “Esses que morreram são perigosos e são os verdadeiros culpados pelas suas mortes. São comunistas, comedores de criancinhas”. Assim aliviamos nossas consciências, nos engando..
Sexto ponto. Comparar diretamente o MST com as FARC e com o movimento indígena de Chiapas demonstra desconhecimento total da realidade política desses paises e desses movimentos. A mídia eletrônica, em especial a TV, não apresenta muito bem esses movimentos, afinal a mídia pertence aos empresários e não aos trabalhadores. Quanto à democracia estável, pode-se perguntar estável para quem cara-pálida? Afinal, enquanto os trabalhadores estiverem submetidos às elites tudo bem. Mas se contrapor, por minimamente que seja a ordem estabelecida, gera-se uma “guerra santa”, na qual o “dragão da maldade” dos trabalhadores deve ser aniquilado pelo “santo guerreiro” das elites. “Santo Bonhauser” já nos dizia que ficaria livre dessa “raça”. Que raça? Trabalhares, pobres, nordestinos, petistas? Se for somente petistas, menos mal. “Santo Cardoso”, em cadeia nacional dizia que pobre quando chega ao poder só faz M. Mas, só faz M. para quem? Pergunte aos nove milhões de pobres que recebem ajuda governamental frente aos dois milhões do período de FHC.
Sétimo ponto. Concordo como o empresário e engenheiro sobre o fato de que reforma agrária é mais do que “dar” terras a pessoas sem preparo e sem dinheiro. Reforma agrária é muito mais do que isso. Historicamente, os principais paises capitalistas já realizaram suas respectivas reformas agrárias. A dos Estados Unidos ocorreu ainda no século XVIII. Por isso o Brasil está atrasado. Reforma Agrária séria contribui para a expansão do mercado interno, ampliando o poder aquisitivo da classe trabalhadora e conseqüentemente as possibilidades de vendas e lucros dos capitalistas, embora muitos capitalistas não enxergue isso, principalmente os latifundiários.
Oitavo ponto. Falar em “preferência ao setor público (funcionários) em detrimento do investimento na industrialização” é desconhecer a historia, a economia e a política brasileira. Devo lembrar aos leitores desse jornal, do qual sou um, que o Brasil realizou um dos mais rápidos processos de industrialização no mundo. Esse processo foi alavancado por Getulio Vargas, contra a vontade de muitos empresários e políticos do antigo acordo do Café-com-leite, que vigorou até 1930. JK e o militares acentuaram esse processo. Nos anos 1980 e 1990 ocorreu um arrefecimento do crescimento econômico brasileiro devido a vários fatores que não vale a pena discutir aqui. Somos hoje a décima primeira economia mundial. Devo lembra que o setor público no Brasil foi, é e continuará sendo muito importante nesse processo. Não sabe alguns empresários, que foi o setor público que permitiu o crescimento da industrialização no Brasil. Foi o setor público quem possibilitou que a iniciativa privada chegasse ao nível que aqui chegou. Para comprovar o que digo, que se leia algum bom livro de desenvolvimento Econômico Brasileiro. Quanto ao funcionalismo, esse tem trabalhado pelo país. Muito mais do que alguns empresários que apenas lucram. Os funcionários públicos são indispensáveis para o funcionamento da economia em qualquer parte do mundo. Nos E. U. A. existem proporcionalmente mais funcionários públicos do que no Brasil, e lá se encontram os arautos do neoliberalismo e da redução do setor público.
Nono ponto. A democracia brasileira, ou melhor a sociedade brasileira, da qual fazem parte os trabalhadores, sempre financiou os partidos, as igrejas, o empresariado, as universidades, as escolas etc. Ruim é financiar segmentos que depois de muito lucrar vão gastar em Miami. Garanto que são poucos os trabalhadores que vão a Miami.
Décimo ponto. Quero lembrar que a sociedade é composta de inúmeros segmentos. E não existe um bastião da moralidade e da ética. Tanto dentro do MST tem indivíduos comprometidos apenas com seus ganhos pessoais, como entre os empresários, entre os professores universitários, entre os padres e pastores, entre os parlamentares etc.. Não devemos pois ser maniqueístas, achando que o MST é tudo de ruim, ou tudo de bom. No MST, provavelmente, tem maoísta, mas também têm castrista, leninista, anarquistas, cristão, pobres, trabalhadores, seres humanos. Da mesma forma entre os sociólogos, há os cultos, os não cultos, os democratas, os liberais. Creio que entre os engenheiros e empresários da mesma forma. Entre os professores universitários eu garanto que existem as mais diversas matizes. Por fim, o MST não tem o interesse de destruir a democracia brasileira, talvez reformá-la. Como é um intuito de muitos. Por que podemos no perguntar, existe de fato uma democracia no Brasil? Se democracia for entendida grosseiramente como o poder de escolha, então a democracia no Brasil existe somente para os ricos, pois eles podem escolher de fato. Quanto aos trabalhadores, será que escolhem de fato? Ou se deixam dominar pela necessidade? Escolhemos nossos governantes, ou somos comprados pelos mesmos? Quantos votos são comprados e vendidos devido às necessidades sócio-econômica dos mais pobres? Temos poder de escolher: onde morar, onde trabalhar, onde estudar, em quem votar, a que horas chegar no trabalho? Democracia, povo no poder. Onde? Alguém pode me responder. O período real da pseudo-democracia brasileira consiste na absurda concentração de renda, cuja responsabilidade é em sua maior parte das elites brasileiras, que não aceitam repartir o bolo. Essa concentração de renda gera os movimentos sociais mais radicais. Graças a Deus a radicalidade no Brasil não chegou ao nível do Kramer Vermelho na Tailândia, quando os oprimidos mataram todos aqueles que sabiam ler ou escrever, por julga-los da elite.

mudança de blog

Meu blog antigo http://wen.pereira.zip.net.
lá se encontram alguns comentários, artigos, textos, etc.
A partir de hoje começo a atualizar esse novo endereço.
espero que os leitores gostem.

Primeiro uma apresentação pessoal

Este blog se constitui em um espaço para a exposição de textos, artigos e ensaios sobre economia, sociologia, politica e aréas afins. É fruto das pesquisas e leituras do prof. William E. N. Pereira do Departamento de Economia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte.